quinta-feira, 30 de maio de 2013

Mel de Abelha, Abelha de Mel

Apesar de cigano, todas as abelhas que surrupiaram o doce desta flor tosca, gaúcha e mal amada, que sou eu, nunca mais tiveram vez. Dentre o ventre da tua leve doçura, tenho vivido no divã que és, minha Flor Morena.
Ternura quente de um dia de inverno, dentre lucidez, loucuras e devaneios, ponho o pé no chão da terra onde estou e te sinto aqui.
Que o tempo há de levar, não tenho dúvidas... mas há também de conservar o sonho que brota dentre um mate e outro, sorvendo tristezas, amarguras e alegrias de um sonho que se vive hoje.
Onde te encontrar? Em todos os lugares espero por ti, vejo a ti, sinto te aqui, perto e longe, pulsando e silenciosa, ofegante e extravagante como o teu sorriso.
Não é à toa esta chama que se inflama quando toco a tua pele. Arde e arde muito! Te tenho como idolatria de minha parte e por horas, escrava da minha ilusão. Te vejo em cima do altar, te desejo e te enxergo debaixo de meus pés quando me convém. 
Enfim, és camaleoa, mutante e ladra de alma. O mel que cobiçou na flor que veio buscar transformou-se em Abelha numa fusão incrível. Desta forma invertem-se os papéis da história e a vida segue na troca do pólen, asas, pétalas e boca.