terça-feira, 1 de setembro de 2009

De que vale???

De que vale a vida se não estamos perto de quem amamos? De que vale um bom emprego, um bom carro, uma boa casa, dinheiro pra gastar, ... ??? De que vale?
Todo mundo tem sonhos. Na maioria das vezes sonhamos com algo material. Isso se torna cada dia mais normal. Sonhar com algo material é uma ilusão completamente desvirtuada de felicidade. Talvez isto sirva pra esconder uma infelicidade ou até mesmo uma carência de afeto. Não é nada difícil você se deparar, no dia a dia, com pessoas carentes de afeto. O afeto está ali. Ele não é oferecido. Ele está ao seu alcance. Basta você pegá-lo e fazer um bom proveito dele. A grande dificuldade é perceber onde ele está e saber qual é a melhor forma de recebê-lo. Somos peritos em descartar afeto. É uma característica cruel do ser humano.
Nasci no dia 29 de agosto de 1981. Num dia frio de renguear cusco. No hospital de Boqueirão do Leão, minha terra (o afeto que tenho por este lugar é incomparável). Quando nasci, imediatamente recebi a mais generosa das doses de afeto que um ser humano pode dar. O afeto de uma mãe pelo filho. A expectativa era grande por ela ser hipertensa. Era uma gravidez de risco. Naquele momento crucial, a vida dela estava em perigo. A minha também. Mesmo com tudo isto, seu afeto acaba se impregnando no meu subconsciente de forma que todas às vezes que me deparo com uma situação de dificuldade, ele age. E age com a eficácia de um felino em caça.
Logo após, recebi o afeto de meu pai, meu irmão, padrinhos, amigos e amigas. Sabe por que recebi? Não tinha como não receber. Bebês não negam. Eles são muito mais inteligentes que os adultos. Adultos negam, repudiam e se escondem pra não receber afeto. Os pequenos recebem e criam sua personalidade baseada no que recebem. Afinal eles não tem o poder de escolha. O grande problema é o poder de escolha. Se agirmos por instinto e deixarmos um pouco da razão de lado, fica tudo mais fácil, mais dócil e mais intenso. Temos dado muita moral à razão e esquecemos de que temos um coração que age por puro instinto.
O afeto que recebo todas as vezes que vou pra casa de meus pais é algo indescritível. Quando piso na minha terra percebo cada vez mais que lá é meu lugar.
Sonho em ter uma grande casa na praia pra receber os amigos. Sonho em ter carro e dinheiro pra viajar sempre que sentir vontade. De que adianta ter uma bela casa se não terei verdadeiros amigos para compartilhar dela? Uma boa festa, jantar e um bom chimarrão o qual tanto aprecio?! Quando digo verdadeiro digo "meus velhos amigos".
Um verdadeiro amigo é aquele que sabe o que você pensa mesmo sem que fale a ele. É aquele que talvez tenha crescido contigo e que vá morrer em contato. É aquele que não precisa que digas que o ama. Somente sinta. É ele que sabe quem tu és.
Hoje tive uma sensação estranha. O medo de perder um verdadeiro amigo. Mesmo sabendo que a possibilidade de perdê-lo era remota, por instantes tive este medo. E como foi ruim imaginar que a vida nos prega peças e que de repente, por razão do destino, você deixaria de conviver ou de ter por perto alguém tão importante. Mesmo que o contato não seja diário, semanal e tal. O medo da perda assola o pensamento e causa um pânico.
Valorize o afeto.

um salve pro cocão da xurupita...

Um comentário:

  1. Falou e disse meu velho amigo...

    Agora imagina o pavor que eu senti...

    Valorize o afeto...

    ResponderExcluir