quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O tempo voa



Esta noite eu sonhei com uma imagem bastante viva na minha mente. Uma imagem de um início de inverno. A árvore lá fora, sem folhas e com os galhos podados. A janela, que tempos depois descobri ser pequena, era gigantesca e alta. Desproporcional na altura. Tempo depois fui me dar conta de que a janela tinha a altura certa. Eu é que era pequeno demais.
O tempo se movia com velocidade diferente do que se move hoje. Batia em outro compasso e o pensamento estava sempre no mesmo lugar. Isto foi tão forte que o pensamento por vezes continua naquele lugar. Saio do tempo que vivo e retorno a esta época. Dá uma grande vontade de retornar e sentir aquele frio, aquele cheiro da minha casa e dos bolos fritos da minha mãe, saboreados ao redor do fogão à lenha. Quem diz que nunca sentiu isso é por que não foi feliz ou nunca teve infância. Já nasceste adulto?! Duvido.
Lembro claramente que empunhava um violão gigantesco e dedilhava alguma coisa, mesmo não sabendo tocar nada. Mal conseguia segurá-lo. Até hoje não consigo entender como conseguia tirar uma melodia daquele imenso violão, sem saber absolutamente nada de música. Isto acontecia por puro instinto. Vez em quando ainda dedilho a mesmíssima melodia. E ela me traz uma paz tão grande que se compara somente às palavras de minha doce mãe. Tinha sonhos que hoje eu compreendo que deveriam ser apenas sonho e nada mais. Mas foram meus e guardo como a mais preciosa jóia.
Tudo muda e eu espero ansioso pelas mudanças como um guri espera pelo presente de Natal. Muita coisa boa acaba ficando para trás e só peço que Deus nos abençoe e continue nos proporcionando algo de novo todos os dias, que é para que daqui 30 ou 40 anos eu sinta saudades do dia de hoje e lembre claramente desta imagem: eu sentado em frente ao computador, assistindo um dvd de kleiton & kledir numa noite chuvosa em Passo Fundo.
Muita coisa coisa boa vai ficando para trás e o dia de hoje amanhã será passado.

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